quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Dandara

O dia começava com um olhar plácido, calmo, sereno quase triste. As folhas moviam-se como que dançando embaladas pelo vento, sussurrando histórias perdidas no tempo, antigas promessas, juras de amor, tristezas, alegrias.

A nostalgia era tamanha que enchia o coração, transbordando dos olhos daqueles que eram mais sensíveis. Talvez ela também tivesse se deixado levar pelo cenário bucólico, respirou fundo, o ar parecia encher-lhe não só os pulmões, mas o corpo todo. Seu corpo doía como se houvesse caído de uma grande árvore, sobre a rocha nua. Mas, não havia em seu corpo sequer um hematoma ou arranhão, tampouco havia uma grande árvore.

A vida parecia ser renovada a cada momento, podia sentir uma energia transformadora entrando por suas narinas e se espalhando pelo corpo. E então, um sentimento de conforto a dominou, e tudo que antes fora saudade agora parecia ser apenas:energia. Todo aquele cansaço, a agonia, a tristeza, virariam apenas energia. Uma energia tão forte e pura, capaz de transformar, capaz de criar.

Sua consciência não dizia onde estava ou quem era. Por um tempo quis se lembrar, lembrar de qualquer coisa. Depois, limitou-se a sentir. E como uma criança ela olhos suas mãos, acariciou sua própria pele, sentiu seu próprio calor, o corpo pesando contra o chão, então fechou os olhos e sentiu o vento tocando-lhe a face e, com os olhos fechados, viu o rosto, desfocado e desforme, de um rapaz. O sorriso lhe escapou pelos lábios, como se reconhecesse aquela pessoa.

Poderia ter durado uma eternidade esse momento de tranquilidade, em que ela testava seus sentidos, sentindo o toque, os cheiros, tentando escutar e entender os barulhos que as folhas faziam, que histórias elas contavam. Mas não durou muito mais de um quarto de hora, e então ela pode ouvir passos...


Há algum tempo venho ensaiando voltar a escrever, vez ou outra arrisco algumas palavras, as vezes surgem algumas idéias... mas assim como elas vem, elas vão... e acabo não concretizando, não deixando registrado o tanto de asneiras que me povoam o pensamento....

Então decidi, que vou separar os assuntos entre causos, desabafos e delírios.
Causos são causos, aumentados ou diminuidos, com ou sem os nomes dos personagens, mas é principalmente para quando eu não tiver com a mínima idéia do que escrever... relembrar é viver!
Desabafos, serão aqueles pensamentos sobre qualquer coisa, sobre sentimentos, momentos, qualquer coisa, a categoria "desabafo" aqui será nada mais, nada menos do que devaneios da autora.

E os delírios... esses são os quase sonhos, que embora eu esteja acordada, cada detalhe é criado e cada movimento, cada contexto é forjado para que se saia da rotina e abra as janelas da imaginação....

Vamos ver se dessa vez vai... rs.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Entre umas e outras

Entre umas e outras me perdi de mim mesma, coisas que sempre acreditei desabaram em minha cabeça. E entre umas e outras refiz meu mundo com ilusões de uma realidade que nunca existiu.

O grande problema de se perder de si mesma é que, sem norte, qualquer rumo é válido, mesmo que seja o mais fundo abismo.

A sorte é que ninguém consegue se perder completamente, e uma hora ou outra a natureza resurge e, o que é melhor, mais forte que antes.

Dois anos sem atualizar o blog, não por falta de assunto, mas por falta de coragem. O que nasceu com a promessa de ser um escritório sentimental, com histórias e lendas, e contos de fadas. Ficou desabilitado por falta de animo.

Me pergunto se era o blog que estava de folga ou se era eu quem não estava "alway". Vai saber.

Só sei que entre umas e outras, resolvi voltar, e preencher esse espaço em branco, nem que seja com devaneios de uma mente que não para. Talvez, para aliviar o que me vem a garganta e que não sei como desabafar, talvez como forma de "voltar a vida" ou de me ausentar dela.

Entre umas e outras, esse é apenas um texto de alguém que se achou!