domingo, 4 de outubro de 2015

Ser sozinho....

Hoje tive a incrível sensação de ser um ser humano sozinho.
E foi incrível mesmo, uma sensação única e maravilhosa.
Pensar na unidade, no individual...o ser em sim e por si só.
Me dei conta que todos aqueles medos de solidão se esgotaram
simplesmente por ter aceitado que sou sozinha.
Não quero com isso, jamais, insinuar uma tristeza ou melancolia.
Também não deixo de reconhecer a presença de família e amigos. Que valorizo e amo muito.
Mas, a descoberta da unidade solitária que represento foi uma grande libertação.
Ninguém mais é responsável por mim ou pela minha vida....
Ninguém mais é passível de sentir as minhas sensações....
Ninguém mais compartilha a mesma realidade
Ninguém mais tem a mesma vivencia...
Também não tenho uma pessoa para sobrecarregar com meus problemas,
Para cobrar atenção e carinho
Para partilhar a vida
Para acordar de manhã e preparar o café...
Para me aguentar, ou para eu ter que aguentar
Ninguém depende de mim....
Ninguém precisa estar perto de mim.... ninguém mais no mundo...

Na verdade, não é bem uma grande descoberta afinal... é apenas uma incrível sensação...
A realidade sempre esteve aqui e sempre soube da minha condição... Mas, nunca tinha sentido dessa forma....

Sou um ser humano sozinho...
Único responsável por mim
E responsável apenas por mim...
Afinal essa caminhada é minha...somente minha...

Espero que essa sensação perdure, espero que eu sempre me recorde disso...
Não me entendam mal, não pretendo virar um ermitão ou deixar de ser social...
Apenas me refiro a sensação de unidade... que não deixará de ser verdadeira se somada à outra unidade.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Dois corpos

Em uma noite qualquer,
Dois corpos: um homem e uma mulher...
Ardem na ânsia de contato...
Desejam sensações do tato.

Em uma noite tão singular
Um sentimento peculiar.
Vontade, desejo, sentidos a flor da pele...

Imaginam:
Sussurros, movimentos,
Suores e espasmos...
Imagens obscenas..
Sorrisos de contentamento...
E permanecem pasmos...
Com as luxuriosas cenas...
Que com fervor idealizam...

Ardem na esperança... 
Ardem na espera...
Ardem no desejo...
Ardem no tesão que invade....
E a descabida temperança 
Se exaspera...
Na iminência de um beijo 
Que potencialize toda vontade...

Dois corpos:
Que em uma noite qualquer,
Ardem na vontade
De sussurros e movimentos
De sorrisos de contentamento
Em luxuriosa cena
Imagem obscena
Que o pensamento invade...

E a espera por um contato
Instiga todo o sentido do tato
Inunda de desejo...
Dois corpos.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Teu abraço.

Nas horas que atravessam meu pensamento,
Nos momentos em que rasgam meu penar,
Nas palavras que aplacam qualquer sofrimento
Na incessante vontade de amar.

Os dias passam e se acumulam...
E as lembranças quase iguais se anulam.
Os desejos invadem meu sonhar
E os fatos guiam meu caminhar....

E ainda que tudo me fosse concedido...
E ainda que os anseios fossem atendidos...
Meu mundo estaria perdido
Se por um momento me faltasse teus carinhos.

Em um mundo cheio de espinhos,
Teu sorriso se tornou um alento.
Em uma vida cheia de desencontros,
Os gestos tão carregados de afeto me confortam.

Como num abraço reconfortante,
Como num colo cativante,
Sua existência me inunda...
De profunda e doce gratidão.