terça-feira, 12 de junho de 2012

Por onde andei???

Por onde andei enquanto você me enganava???
Aquele sentimento de ter sido feito de bobo, ou de ser passado pra trás.
Pensar nas coisas em que acreditei e por quanto tempo acreditei.
Pensar na forma com que eu via as coisas: pareciam tão simples, eu entendia tão completamente.

Saudade da inocência perdida, de quando eu simplesmente acreditava.
Porque não tem nada mais gostoso do que acreditar, sem duvidas, sem segundas intenções, sem maldade. Acreditar naquilo que se vê ou se ouve. Apenas acreditar, sem agregar juízo de valor, sem sentimentos de culpa, sem prechas, sem falhas, sem medos.

Por algum motivo em algum lugar perdi a capacidade de ser simples, ser somente o que vê ou o que sente... Era tão melhor quando ainda havia uma inocência dominante no meu ser. Quando acreditava nas pessoas e nos fatos sem questionar motivos ou intenções.

Por onde andei enquanto você me dominava? Insegurança, inconstância, medo... onde eu estava quando vocês me encontraram? e de que forma se instalaram em minha vida???

É inacreditável como experiencias se acumulam na vida de alguém, ainda que fossem somente as boas, ou que os pesos fossem iguais, mas parece que em um determinado ponto da vida a gente passa a dar muito mais valor ao que não é legal.

Quando pequeno tudo parece novo, os perigos são imensos, pense: como é perigoso uma criança rolar na cama! É lindo, é fofo, faz parte, mas a criança não avalia o quão perigoso pode ser uma queda quando se tem os ossos tão delicados. Depois, se pararmos pra pensar, a coisa mais interessante: andar!!! Olha isso foi feito pra não dar certo, a gente desequilibra cai.... mas a sensação ou a curiosidade é tanta que a gente anda! E toda vez que tenta é como se não houvesse medo.

Acho que é por isso que a gente aprende a andar quando crianças, por que se tentássemos depois de "velhos" provavelmente desistiríamos. Porque pensaríamos nas vezes que caímos, nas vezes que tentamos e nos perigos que correríamos....

Mas, sinceramente, hoje eu me pergunto: por onde andei quando a minha criança me esquecia???
Seria tão melhor se eu voltasse a caminhar pensando somente nas sensações causadas, nas distancias a serem percorridas e esquecesse ou não pensasse nos tombos, nas quedas, nas histórias tristes que me bloquearam o caminho.

Será que evoluir é tornar-se adulto como se ainda fosse criança? ou manter o espirito infantil e feliz?
Não sei... só sei que eu não faço a mínima idéia de por onde eu andei enquanto meu coração envelhecia.