sexta-feira, 11 de maio de 2012

Dandara II

Instantes após a experiencia de descoberta: de sua existencia, de seus sentidos. Passos... não foram passos apressados ou passos de quem anda desavisado por aí, passos de alquem que tenta esconder a aproximação.

Ela sentiu seu coração palpitar, a respiração teve de ser contida. Se encolheu como se numa concha, não estava propriamente vestida, apenas uma fina tela (como que de seda) cobria suas vergonhas. Não sabia o que esperar, suas lembranças estavam resumidas aos momentos anteriores e à imagem distorcida de um rapaz que ela não saberia dizer quem era.

Não sabia onde estava, ou quem era, ou o que devia esperar, a excitação aumentava, e sua curiosidade também.

"Quem vem lá? Te ouço, mas não o vejo..."

Então um barulho de gravetos se partindo foram ouvidos cada vez mais perto, e então, um menino de olhos negros e cabelos emaranhados, surge como um bicho assustado e indefeso. Ele inclina a cabeça para o lado, como se quisesse vê-la em seu melhor "angulo". Então ele sorri.

"Meu nome é Andrei, e o seu?"

Ela então corou, não se lembrava de nome algum... não sabia sequer como tinha chegado ali.

"Não sei, eu... eu não me lembro..."

"Quer que eu te dê um? Por certo que você não pode ficar sem um nome... eu tenho gosto muito de Dandara"

"Dan-da-ra -- ela repetiu bem devagar, como se saboreasse o nome -- É sim... pode me chamar de Dandara"

O menino então a fitou de cima a baixo, encantado com as formas delicadas da moça... quando finalmente disse:

"Você não pode ficar assim, certamente irá precisar de roupas."

E como se somente então ela tomasse consciência de sua nudez o rubor invadiu-lhe o rosto e ela se encolheu.
O rapaz sorriu e depositou suavemente uma camisa de linho em seus ombros....