segunda-feira, 12 de junho de 2023

Sobre meu casamento.

 Uma das coisas mais felizes que eu me recordo da minha infância é de como as festas eram feitas.

Não tinhamos grandes recursos financeiros e também não havia tanta abundância de "festas prontas". Então quando resolvíamos fazer festa, passávamos dias preparando essa festa. Vinham as empregadas e seus filhos, as faxineiras e seus filhos, os vizinhos, os parentes, a família. 

Todos unidos, cada um com sua tarefa, mas a festa começava dias antes. Na cozinha as mulheres se reuniam para contar suas histórias, suas frustrações e até suas mágoas... e cada uma trazia suas vivencias e era um ambiente extremamente amparador, acalentador.

As crianças ficavam responsáveis por tarefas simples (quase todas no quintal ou envolvendo água e balões) e por vezes escondíamos em baixo da mesa para ouvir as histórias dos adultos ou mesmo para roubar um salgadinho, um doce ou enfiar o dedo na massa de bolo.

Os rapazes se juntavam para arrumar coisas no quintal, na casa, ou até mesmo da decoração que exigia um pouco mais e bricolagem.

Havia o momento de "restauração" em que TODOS sentávamos para almoçar e era permitido às crianças se intrometerem nas "conversas de adultos".

Eram momentos em que todos estavam com roupas casuais (as vezes até mesmo as rasgadas) e nos sujávamos, riamos, choravamos....

Aí quando a hora da festa ia chegando, era dado o sinal para os banhos e arrumações. As meninas iam primeiro pois demoravam no banho, cabelo e maquiagem. Depois iam os meninos.

As mulheres trocavam dicas de beleza e moda, ajudavam umas as outras se vestirem, se maquiarem. Conversavam, contavam os segredos e pediam conselhos.


DEUS COMO SINTO FALTA DISSO!


Quando pensei no meu casamento, eu queria viver um pouco disso... 

Escolhi meus padrinhos e madrinhas por serem pessoas especiais, por fazerem parte da minha vida, por serem algum tipo de modelo pra mim.

Foram: Elissa e Guillaume; Damine e Magno; Leandro e Cslla; Isabela e Fabricio; Alexandre e Paulo; Luca e Raquel; Milton e Lindenberg; LeandroNatália e Jomivaldo; Rodrigo e Juliana; Daniel e Carol; Cláudia; Hortência;  Larissa; Raquel e Hannah.

Cada um desses de alguma forma contribuíram para o meu crescimento, crescimento da Ana ou o Crescimento do casal.


Os preparativos: foram criados grupos de padrinhos e madrinhas para definir roupas e atividades.

Mas, não foi exatamente o que eu queria. Egos ficaram aflorados, coisas foram deixadas pra depois.

Acho que toda a "irritação e ansiedade" que eu poderia ter no dia do casamento, aconteceu nas vésperas dele.

Combinamos encontros para falar de decorações, definir tarefas, tomar umas cervejas e descontrair com os padrinhos, mas poucos foram. 

A decoração foi praticamente toda feita por mim e pela madrinha Cláudia. Com ajuda da Natália e um pouco de ajuda da Hannah e da Raquel.

Nessa época estava cuidando da Sogra, então tinha poucos tempos livres e muitas vezes tinha de levá-la comigo.

Meu ganho secundário: tive a presença de uma "mãe" comigo. Já que a minha mesmo estava viajando na maior parte dos preparativos.

O Buffet foi pensado como um Brunch, pq a idéia era pra ser um momento de descontração de amigos que se encontraram para comemorar nosso "DEU CERTO" (já que a gente tinha feito o test drive de casamento, mas isso é outra história).

A BANDA! A banda foi a banda dos meus sonhos, porque foi uma banda que fez parte da minha adolescência e também da adolescência da Ana. Liguei para o Marcelo e perguntei se ele estava disposto a passar a comemoração de aniversário dele (que nasceu no mesmo dia que eu) cantando pra mim no meu casamento. Foi um dos meus maiores acertos!

A igreja, foi a mais perto da casa da minha mãe e a recepção foi na casa onde nasci e cresci.... foi incrível.

A maquiagem: só teve um detalhe precisava ser uma maquiagem que não derretesse na água. Isso porque eu iria pular na piscina. (Comprei o vestido no mercado livre para não ter pena de estragar...embora não tenha estragado). Maquiagem não derreteu... (mas os chocolates sim).


O que eu fiz: eu comprei as flores, as frutas, os pães e ganhei uma tábua de frios de uma pessoa do trabalho, eu fiz toda a decoração, escolhi as flores mais próximas às flores da nossa flora: bromélias, copos de leite, teve até flor de curcumã. Fiz os buques para as "damas de companhia", fiz a almofada das alianças para minha prima levar. Fiz minhas unhas, escolhi a roupa das madrinhas, as musicas e a decoração da igreja. TUDO TINHA UM TOQUE MEU!

No dia do casamento, o vestido era mais decotado do que imaginei então cobri meu decote com um bordado de bandeja (e ninguém percebeu). Acordei as 5 horas da manhã.... lembrei de todas as coisas que precisava levar, dei as orientações para a Ana e a expulsei de casa. Percebi que minha gata estava com o olho inchados, tirei foto, mandei para a veterinária e perguntei se era urgente ou se eu podia ir pro meu casamento.... ela riu e disse que eu poderia levar a gata na segunda.

Fui para o salão, minha única preocupação era que a maquiagem não podia derreter: tinha que ser a prova d'água, pois eu pularia na piscina. Cabelo e maquiagens prontos, vesti o vestido e percebi que não estava de carro.

Meu padrinho querido Fabricio me mandou um Uber para me buscar no salão e ir para igreja.

No caminho, olhava o grupo e me deliciava em ver a correria do "povo"... pq era meu dia.... e eu estava na minha plataforma. Percebi também que não tinha feito as unhas, tirei tranquilamente esmalte da bolsa e fiz minhas unhas no banco de traz do Uber Black.... rs....

Chegando na igreja, percebi uma movimentação estranha.... gente entrando e saindo... uma confusão! Outro divertimento meu: não contratei cerimonial.

Lembrei também que eu não tinha um buque então liguei para minha prima, pedi para arrancar uns copos de leite dos arranjos e levar pra mim. Prendi as flores com uma xuxinha de cabelo e tá lindo!

Tudo pronto, meu pai me deu o braço para entrar: cadê mamãe? Era pra entrar um de cada lado.
Meu pai disse que ela estaria em casa terminando de arrumar as coisas. (não engoli, pois ela é protestante mas fez questão de estar no meu batismo, primeira comunhão e crisma, casamento não seria diferente).

Caminhamos soberanos pela nave da igreja, e eu sentia cada olhar, cada carinho, cada sorriso, cada lágrima. Foi como se eu mergulhasse num mar de AMOR! Amor por mim.

Já no altar, perguntei a Ana: Cadê minha mãe? Ela disse que estaria  em casa .... eu perguntei de novo, de uma forma mais "enfática" dessa vez: "estamos aqui reunidos diante de Deus, amigos e familiares, e eu vou perguntar de novo, só que dessa vez, se você mentir pra mim eu vou virar as costas e ir embora: cadê minha mãe?". Ana chorando me disse: passou mal e foi para o hospital. Perguntei: quem está com ela? Ana respondeu que estavam o Túlio e a Damine. Então disse: TOCA O CASÓRIO!

Parecia naquela hora que eu só podia dar conta de mim e do que eu podia ajustar e cuidar da minha mãe, naquele momento, mesmo que fosse ao hospital eu não poderia fazer nada.

Lembrei que no dia anterior ela tinha reclamado da falta de algum item de cerimonial e eu respondi: mãe, esse casamento não é um evento público, não é um evento para fazer política, é um momento para agradecer uma união que já existe, que todos já sabem. Essa cerimonia é para celebrar o amor com quem eu AMO. Então se algo sair errado, vão me perdoar, se não perdoarem eu saberei que não é amor. E fechei essa explicação dizendo: "Mãe, para o casamento acontecer precisa do casal, Deus e o sacerdote, todas as outras pessoas eu gostaria que fossem, as presenças me farão feliz. Mas a ausência não irá cancelar o casamento!"

Nesse momento, me emocionei, porque minha mãe não estava ali e ela fez falta pra mim. Pensei no que ela me falaria se eu cancelasse tudo. Pensei que tinham outras pessoas que faziam falta e não estavam ali. Mas, aquele momento era de celebração do AMOR então o show tinha que continuar.

O calor era imenso, o diacono estava passando mal em baixo daquela batina toda, mas eu achei a cerimônia linda.... as musicas perfeitas e até o anuncio equivocado que que seria uma criança a entregar as alianças... foi tudo lindo!

Fomos para a recepção.... mil fotos, tirei a cinta que me prendia.... uma loucura! Paparazzis.... todos querendo atenção das noivas (ou melhor dos recém casados).... eu queria falar com todos, mas queria pular na piscina pq estava morrendo de calor.... então falei.... com todos os que estavam no caminho para a piscina.....

Fui até a banda, avisei que pularia.... pedi para anunciarem de que estava aberta a "piscina".... rs... 

Confesso que não lembro de todas as pessoas, sei que estava especialmente acertiva aquele dia, e que muitas respostas foram dadas de forma bem seca. Coisas do tipo "isso num pode acontecer num casamento" e eu responder esse é meu casamento, e no meu casamento pode!

Pessoas perguntavam pela minha mãe, e eu respondia que estava esperando ela chegar. Para alguém me lembro de ter pedido para perguntar pra outra pessoa, eu estava casando.

Pessoas chegavam com mensagens da minha mãe dizendo que estava bem... eu sabia, no fundo eu sabia que ela estaria em casa no final da festa.

Parei a banda: fiz um discurso dizendo o quanto eu estava feliz, o quanto era importante aquele momento e cada presença. Falei que não seria possivel a festa sem o empenho de tantas pessoas, dos padeiros que fizeram os pães, aos musico que aqui estavam. Porque a festa só aconteceu pela soma de tantos esforços e que mesmo o maior dos problemas que tinham acontecido naquele dia, foi importante para torna o evento incrível. Pensar em todas as pessoas que não puderam vir, nas que tinham vindo de longe, pensar que não tinhamos o controle de tudo, mas tinhamos a obrigação de aproveitar tudo e todos os momentos. Agradeci, agradeci de coração, desejando que cada pessoa no mundo pudesse pelo menos uma vez na vida sentir aquele amor, aquela felicidade que eu estava sentindo. Não por não ter problemas, mas por ter bençãos!

Pulamos na piscina!!! A primeira dança dos recém casados foi na piscina e foi cowboy fora da lei....

Assim que saímos da piscina dançamos, e a primeira dança em "solo" foi Cio da Terra.... tão maravilhosa aquela sensação....









quarta-feira, 18 de julho de 2018

SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO


Tenho observado como o sentimento de pertencimento está presente na vida, nas relações, nas exclusões e até nas tristezas que vejo por aí....

Se sentir parte de um processo não é só entender a sua função, é entender qual o papel da sua função dentro do processo todo. Entender que cada detalhe, por mínimo que pareça, se soma para a realização de um "algo" maior.

E não ligamos muito, as vezes até ignoramos, pra importância de se sentir pertencente para o significado do que fazemos.

Como numa família em que as tarefas estão sendo desenvolvidas para um bem comum e que só dá certo quando as pessoas, reconhecem o pertencimento, e entendem que o coletivo estar bem é bem melhor do que a vantagem pessoal instantânea e em detrimento de outro.

Pensar que a outra pessoa pode fazer e que você não precisa se preocupar pode ser uma alternativa, para o "não quero fazer" mas frequentemente causa um "você não tem tempo pra mim", quando ao contrário quando as tarefas são divididas muitas vezes são bem mais rapidamente executadas e geram um sentimento agradável de pertencimento.

No trabalho, quantas vezes não entendemos a finalidade de um procedimento, por não conseguir visualizar o todo??? Entender que o aparelho é uma infinidade de variáveis que funcionam como engrenagens  que quanto melhor encaixadas estiverem, melhor o funcionamento do aparelho.

Em linguagem de gestão de projetos, falamos que a meta dificilmente será alcançada se todas as partes da equipe e todas as etapas do projeto não estiverem alinhadas com o escopo a ser alcançado.

E muito se engana quem acha que esse pertencimento é aplicado apenas no âmbito profissional. Se para tudo que você fizer a missão estiver bem estabelecida, mais facilmente será para definir os processos e projetos necessários. Quanto maior o sentimento de pertencimento, maior a dedicação aos processos ou projetos....

terça-feira, 26 de junho de 2018

PROCESSO DE CURA

Ao longo da vida, mesmo que involuntariamente, acabei acumulando mágoas muito resistentes... Me travavam a ponto de sentir como se uma âncora me segurasse num passado, mais precisamente, num momento de dor.

E o interessante é que as vezes o "olhar pra si mesmo" em voz alta, espoe essas dores de uma forma tão palpável que é possível  acariciar aquela dor e dissolvê-la... (sim, é uma figura bem surreal, mas é possível).

E foi assim que eu curei tantas mágoas que vinha guardando da minha mãe, memórias de infância, com a maturidade de uma criança mimada, muitas dessas dores se pautava na simples e completa falta de noção de que uma mãe é antes de tudo um ser humano, que é falível, que é carente, que é sobretudo uma pessoa que tenta nunca errar.

E foi tão maravilhosa a visão de que a minha mãe é uma MULHER!!! Linda, sexy, inteligente, meiga, forte e sozinha.

E entender esse SOZINHA também foi um processo muito complicado... Porque tive que reconhecer em mim mesma a solidão que pode ser o "ser mulher"... somos muito cheias de sensações inexplicáveis, cheias de medos indizíveis e a gente vive isso sozinha!

Por melhores que sejam nossos companheiros, famílias e amigos... a mulher é sozinha e única.
Enfrentar e superar todos os traumas, as carências, os excessos, inseguranças, ainda que com auxilio de uma terapia, é feito pela pessoa e é feito de dentro pra fora.
E é única a forma como cada um ou cada uma sente... eu nunca serei capaz de saber se a forma como eu sinto uma dor é igual à forma que outra pessoa a sente... e não é!!!! Certeza que não é! O que me machuca pode sequer tocar outra, e o que a machuca eu posso nem tomar conhecimento.

Então, hoje, tendo curado um ponto do meu "FEMININO"... e tendo aceitado e curado dores antigas e desnecessárias, eu só posso agradecer: OBRIGADA, MÃE... por ser minha mãe, minha musa, minha pequena e minha gigante!

NAMASTÊ!

sábado, 9 de junho de 2018

Os dias passam com um emaranhado de informações, as vezes tão densas que é até difícil absorver.

Repensar os papeis, rever os conceitos... tarefas bonitas de dizer, mas tomam um tempo danado.

terça-feira, 8 de maio de 2018

O poder do "NÃO SEI FAZER"

Já parou pra pensar quantas coisas a gente assume porque os outros não sabem fazer??? Ou porque não fazem direito????

Eu parei para pensar esses dias no quanto essa história de só eu sei fazer é escravizadora. Você acaba assumindo responsabilidades que não deveriam ser suas simplesmente por conta de uma meia verdade.

Ora, ninguém nasce sabendo, então se você sabe qualquer um pode aprender.

Acho que no início, ou que a ideia (deturpada) do só você sabe fazer ou do você faz como ninguém pode até ter vindo no intuito de valorizar a atividade exercida por outra pessoa.... mas acabou por ser um recurso muito potente de transferir a responsabilidade de certas atividades à quem sabia fazer.

Isso sendo repetido por várias vezes, vários anos, e por gerações inteiras acabou por fazer com que as pessoas assumissem que algumas atividades fossem inerentes ao sexo... "a mulher é mais atenciosa, então essa atividade é melhor pra ela" ou "o homem é mais forte, então esta atividade é melhor pra ele".... só que são centenas de exemplos que comprovam que a coisa não é bem assim....

Eu não seria nunca tão detalhista do que um olhar treinado de um estilista para reparar em tendencias, em cortes ou em arremates.... E não acho que boa parte dos homens que eu conheço gostariam de entrar numa briga com a Honda....

Mas, tem aquele "você faz tão bem" que as vezes nada mais é do que uma transferência de responsabilidades... a questão é: porquê você não aprende a fazer bem também? 

Só sei que muitas vezes o não sei fazer exime a pessoa da culpa, da responsabilidade, e culmina numa delegação de competência que ao delegado só traz mais trabalho e frequentemente mais dor de cabeça também.

RECONSTRUÇÃO

Como é difícil perceber que algo está consolidado de uma maneira obsoleta e ter que reconstruir o projeto!!!!

A vida inteira você se moldou e até se torturou com idéias que não condizem nem um pouco com a sua natureza....

Mas, olhar pra si.... reconhecer o que é, o que pode ser e o que não deve ser ou que não precisa mais ser é uma tarefa muito muito complicada.

Tentemos!

terça-feira, 1 de maio de 2018

Dia Internacional do Jazz - Manaus


Agradável coincidência é você receber o convite para um evento oficial do seu "ofício", viajar para reunião e chegar na cidade exatamente no dia desse evento maravilhoso!!!!

E o que dizer? Que foi uma grata surpresa seria pouco, mas realmente foi uma grata surpresa, ver a casa lotada foi ainda mais sensacional, e ter o prazer de conversar com uma cidadã que explicou cada detalhe sobre o cenário cultural de Manaus foi sensacional.

Mas, essa viagem, somada às outras viagens que tenho acumulado na bagagem me mostra algo realmente triste: o afastamento da população da história e da cultura regional. Aparentemente os pontos turísticos passaram a ser para os turistas (os forasteiros), porque os nativos frequentemente deixam de frequentar....

Em alguns locais a visitação para a população é de graça, mas ainda assim não vão...

Manaus é linda, cheia de história, com várias manifestações artísticas e culturais, mas existe um descaso tremendo.... poder-se-ia dizer que é culpa do "governo", mas, acredito que é um pouco pior... é um descaso da própria comunidade, ou por ignorância ou falta de informação, ou falta de divulgação...

Sim!! Aqui é quente, mas na época da chuva é bem agradável embora a temperatura seja em torno de 25 graus, há muito vento... a brisa é fresca e deliciosa... tem muito verde... existem vários poréns estruturais... ou de manutenção... mas, é preciso que as pessoas conheçam Manaus... é preciso que o Brasileiro se interesse pelo Brasil!!! Porque as pessoas que estão lotando os passeios, os museus e os hotéis são estrangeiros.... e nós, brasileiros, estamos lotando outros museus de outras culturas que pouco interferem na nossa....

Não é que a cultura internacional não seja importante nem seja fantástica: é sim!!! E eu também sou fascinada por ela, mas vamos incentivar mais a nossa cultura, divulgar mais nosso país??? É legal também.... e uma boa opção é MANAUS.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

RAIZES E AMARRAS

Hoje foi um dia particularmente "epifânico", por vários momentos me deparei com revelações "surpreendentes" (mas nem tanto) das minhas percepções de vida.

Pensando no que minha amiga Nicole Zaneti publicou sobre as respostas as vezes estarem nas raízes e não nos galhos... Na verdade, essa reflexão resultou até em epifanias coletivas....

E curiosamente, duas das minhas amadas amigas tiveram confissões de estarem passando pelo mesmo processo, em que você consegue ir procurar tão fundo na alma que chega a curar feridas e descobrir coisas que não tem o menor porquê te ainda pertencer a você...

Caso 01 -  Empoderamento feminino, almoço em casa, com meu pai e minha amiga... e uma discussão fluida e interessante sobre o feminino, suas vertentes, peculiaridades.... o feminismo e o femismo e a tendencia de inversão de dominação... quase não consigo voltar ao trabalho pois o dialogo estava fluindo tão construtivamente e tão terapeuticamente....

Deste ponto, descobrimos que os arquétipos estão aí e nós tendemos a repetir tudo...
O empoderamento está exatamente no poder fazer diferente, no não se anular, se subtrair ou se mutilar para encaixar em algo que serve apenas de referência....

Declaramos concordância na visão de que a luta pelos direitos deve ser legitimada sim, mas a inversão do status opressão x opressor não deve ser uma saída... e muitas vezes se torna uma cilada teórica ou um antagonismo ideológico.

Foi um tanto libertadora essa conversa....

Na chegada ao trabalho, eu vejo uma publicação da Nicole e foi absurdamente elucidador.... mas o melhor ainda estava por vir.

Caso 02 -  No final do dia, nos encontramos para visitar uma terceira amiga... e novamente as confissões surpreenderam, mas foi tão maravilhoso! Ela dizia o quanto olhar suas raízes fez com que as amarras que prendiam fossem soltadas....

Muitas vezes quando identificamos a origem do problema a gente consegue ter a lucidez necessária para intervir, transmutar, curar e devolver o sentimento... e essa transmutação é toda a magia... não é simplesmente largar a amarra... cortar.... é transformar num laço de respeito, compreensão e empatia. É a síntese do AMOR em seu estado puro e natural e é lindo!!!!

Caso 03 - Voltando pra casa já maravilhada por tantas conversas e revelações um pensamento me vêm a mente. Qual o papel que essas "amarras" tem enquanto raízes?? Elas tiveram uma função social que já não é pertinente ou simplesmente foram frutos de uma ignorância?
Bem, eu sou dessas que acredito na função social da crendice.... e vou deixar a reflexão aberta aqui.... mas, quem sabe num outro post eu desenvolva esse tópico com mais afinco?!

O resumo de hoje foi: auto-conhecimento, empoderamento, paz, libertação, amarras e raízes.

GRATIDÃO PELO APRENDIZADO!!!!!

SER MULHER

Quanta coisa muda em 02 anos!!!!

Quanta coisa guardada nem tem mais sentido.... como guardar uma roupa bonita quando se está em fase de crescimento, quando resolve vestir... não cabe mais.

Nesse tempo mil coisas aconteceram... e eu nem conseguiria dizer tudo num post só... então vamos por partes.

SER MULHER 

Recentemente eu tive uma pequena crise existencial que me fez rever os conceitos sobre ser mulher.
Sobre como quero ser, o que devo ser e como ser.

Parece meio bobo, mas toda vez que paro pra pensar no assunto tenho um mini faniquito.... isso porque eu não me identifico nadinha com as "coisas de mulher" que são impostas socialmente, e tenho um conceito muito diferente do que seriam as minhas competências.

Quando penso que tenho que arrumar casa, lavar roupas, fazer comidas, cuidar de filhos, ser jardineira, secretaria oficial do marido... eu me canso só de pensar e me dá uma vontade tremenda de sair dando uma de louca por aí.

Mas o pior mesmo é que essas obrigações chatas e sacais não somente são impostas pela "sociedade" como também são impostas a mim por mim mesma. Estranho né???

O papo de "meu marido" me ajuda em casa há muito tempo já foi pseudo redefinido na minha cabeça, porém na prática a história é outra. Vivo dizendo que meu marido não "ajuda em casa" ele assume responsabilidades comigo... porém, no fundo quando algo não está como deveria eu sinto como se fosse minha a responsabilidade total da bagunça.

E aí vem as aspirações sociais, minha amiga eu num sei se você tem mais de 30, mas se tem vai me entender: as pessoas não perguntam se você está bem, se o casamento tá feliz, te perguntam quando vem o bebê? 

Sequer me perguntam se quero um.... e vou até deixar a deixa prum post "Será que quero um bebê",  sim porque se você pensa demais no assunto fudeu... ou vai ficar na neura de tenho que ter  ou vai desistir de vez do assunto (mas vou deixar esse tema pra outra vez).

O tempo inteiro você tem que estar disposta, linda, no salto, maquiada, cabelo arrumado, tem que dar conta da casa, do trabalho e tem que estudar infinitamente mais do que um coleguinha do sexo masculino simplesmente por não ter nascido com um falo.

Você é o tempo todo bombardeada com imagens femininas de mulheres empoderada, que na verdade são robôs multi-tarefas; cansaço não existe e num pode existir, desanimo jamais!!!! Principalmente se "deu a sorte de casar"... aff.... sorte a del' de me ter como parceira.

"Nossa Diná você tem que ser mais feminina!!!" Galera, feminina eu até sou, só num sou fresca!

E não... não considero panelas, fronhas, travesseiros, toalhas e enxovais diversificados como "PRESENTE PRA MIM" são presentes pra casa, pra família, mas nunca pra mim!

Eu não acho shopping, mercado ou feira uma opção de lazer... na verdade pra mim é extremamente estressante... passo essa função fácil... DESTESTO "de com força"... mas, quando precisa eu vou.... sozinha ou acompanhada... faço o que tem que ser feito, mas se eu pudesse nunca mais teria que pensar em mercado.

Aí beleza, marido vai ao mercado: compra 1kg de tomate (que já tem em casa) , 2 detergentes (que tem em casa), pão (que dá pra um dia ou pra um mês), carne (que ele prepara maravilhosamente num churrasco no mesmo dia)  e cerveja (que nunca pode faltar na geladeira).
Dias depois "porra num tem nada pra comer na geladeira".... ¬¬ será que ele pensa que as coisas transmutam em outro produto?

Aí ou eu tenho que fazer a lista ou tenho que ir junto.... mas, entenda o que eu não gosto é exatamente isso....

Então... eu penso no que eu gostaria de ser enquanto mulher: ah!!! eu queria ser aquela bruxa velha mantenedora das artes da cura, conhecedora das crendices populares, prestando serviços comunitários imprescindíveis: sábia, maga, acolhedora, referencia....
Eu gostaria de ser uma mulher estudada, respeitada, consultada profissionalmente... estar sempre em desenvolvimento intelectual e experimentar inúmeras interações culturais.... EU AMARIA ISSO.

Mas, confesso: a visão da Diná lavando louças, costurando cuecas, cozinhando, podando plantas, cuidando de moleques remelentos buchudos, arrumando os afazeres do marido... eu juro que acho louvável, mas não é algo que eu realmente aspire.... na verdade, eu até gostaria de uma pessoa que fosse a "governanta" de tudo isso... pra sobrar mais tempo pra eu ser a Diná curiosa, divertida, brincalhona e feiticeira.



quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Rotina

Inseguranças, duvidas, insatisfação....

Vejo tantas pessoas seguindo sem rumo, fazendo uma força descomunal para chegar a lugar nenhum. Cansando, adoecendo, morrendo.... tanto esforço para nada...

Castelos vazios, romances sem amor, famílias sem lar, amigos sem diálogo... SOLIDÃO.

Pessoas passam mais tempo fazendo o que esperam delas do que o que pretendem e querem fazer. Acordam cedo, pegam transito, passam 8 horas todos os dias no trabalho, fazendo o que tem que ser feito, ou apenas esperando o tempo passar, para no fim... Descansar eternamente.